O mercado imobiliário capixaba segue em expansão, mesmo diante dos desafios econômicos, como o aumento da taxa básica de juros. Para Ricardo Gava, diretor do Secovi-ES e executivo da Gava Crédito Imobiliário, o setor mostra resiliência e confiança.

Mercado imobiliário cresce, apesar dos juros altos

 

Ricardo Gava: “As taxas de crédito imobiliário permanecem em um patamar historicamente mediano, o que mantém o interesse dos consumidores e impulsiona o setor”

“No Espírito Santo, essa adaptação reflete a força do mercado. Apesar do custo elevado da Selic, as taxas de crédito imobiliário permanecem em um patamar historicamente mediano, o que mantém o interesse dos consumidores e impulsiona o setor”, destaca Gava. Ele ressalta o apelo de regiões urbanas em crescimento, como Vitória, Vila Velha e Serra, que oferecem qualidade de vida e alto potencial de valorização.

Em 2024 o ritmo de vendas mais intenso na Grande Vitória foi registrado no segmento econômico, representado por apartamentos do programa Minha Casa Minha Vida.

Levantamento feito pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Espírito Santo (Sinduscon-ES), o Índice de Velocidade de Vendas (IVV) apresenta média mensal superior a 10%, o que, em uma análise simplista mostra que se não houver mais lançamentos do programa no Estado, toda a oferta do mercado primário (venda do incorporador ao cliente) seria esgotada em apenas 10 meses. No médio e alto padrão, esse esgotamento levaria 14 meses, o que também não é muito. Ambos índices locais estão alinhados com o cenário nacional, divulgado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).

Eduardo Borges, diretor de Economia e Estatística do Sinduscon-ES, traz alguns pontos que podem justificar esse momento. “Diferentemente do alto padrão, em que o cliente muitas vezes busca um novo imóvel como alternativa de investimento – e o compara com investimento bancário tradicional, em um contexto de juros altos -, o público do segmento econômico geralmente está comprando seu primeiro imóvel e não pode aguardar. A elevação da Selic não afeta tanto o financiamento imobiliário para esse segmento, que, em geral, utiliza recursos subsidiados pelo programa, além da poupança e FGTS”.

Os subsídios do governo federal e tetos do programa sofreram uma série de ajustes a partir de julho de 2023, com redução de juros, aumento dos subsídios, ampliação do prazo de financiamento, aumento do valor dos imóveis enquadrados, corte de impostos, entre outras medidas que ampliaram o poder de compra da população e a margem de lucro das incorporadoras.

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